terça-feira, 3 de agosto de 2010

Drogas – Destruição da Vida

O consumo de drogas causa, certamente, uma sensação agradável. Caso contrário, as pessoas não a consumiriam. Mas as consequências são tão graves e provocam tanto sofrimento que nenhum toxicômano se lançaria nessa viagem sem volta se, ao iniciar o consumo de drogas, tivesse total consciência dos efeitos que estas iriam provocar no seu próprio organismo e nas suas relações com a sociedade.
Um jovem, iludido, por promessas vai para a solução dos seus problemas, a maioria deles, inerentes à adolescência, começa a experimentar drogas leves e em pequenas doses. Ao aceitar um primeiro “charro” ignora, ainda, que está a dar o primeiro passo para um precipício que acabará por destruí-lo.
As primeiras perturbações manifestam-se rapidamente e ele torna-se ocioso, perde o gosto por todo esforço físico. Todos os prazeres e interesses da vida vão-se perdendo. A alegria, a curiosidade, a sensibilidade, o respeito pelos outros e a sexualidade vão, progressivamente, desaparecendo.
Entretanto caiu numa teia em que imperam fortes interesses capitalistas. O vício rapidamente se instala: a dose vai aumentando e a força da droga também. O jovem torna-se um toxicodependente. Como a droga é muito cara, o toxicômano, que não pode passar sem ela, paga-a qualquer preço e torna-se capaz de cometer crimes para obter as doses de que necessita.
O viciado torna-se um destroçado físico e moral. A sua recuperação será muito difícil, mesmo com a ajuda de curas de desintoxicação.
Presentemente, é importante que os jovens tenham conhecimento que lhes permitam compreender a complexidade que é esta problemática, de forma a facilitar a criação de mecanismos de defesa nas situações de risco de consumo.
A ligação de jovens e adolescentes com drogas é vivida diariamente por milhares de famílias no seu dia a dia.
“Cada ser humano tem uma história diferente. Não existe uma fórmula que explique como e por que um jovem procura as drogas. No entanto, é possível dizer que o abuso de drogas por adolescentes é uma das consequências da cultura imediatista, desapaixonada e carente de novas idéias e ideais que vivemos nos últimos anos”, afirma o psicoterapeuta Flávio Gikovate, autor de livros como “Drogas, opção de perdedor” e “A arte de educar”.
A dependência das drogas é semelhante a comportamentos como comer ou consumir compulsivamente, que também cresceram muito nos últimos anos. Vivemos em uma sociedade onde estimula a dependência e que reprime os gestos autônomos com muito rigor, fazendo com que as pessoas busquem conforto em algo de que dependem.
Especialmente nas ultimas décadas, desde que as drogas passaram a ser moda, diversas pesquisas cientificas tentam identificar o motivo que levam os seres humanos a recorrerem às drogas: a influência do grupo? A insegurança diante da vida? A necessidade de amenizar a dor ou a fome? A busca do prazer? Na verdade, o homem pode buscar a droga por todos estes motivos, mas, entre os adolescentes, a droga tem uma relação direta com a falta de perspectivas, com o tédio, com a dificuldade de lidar com a vida de forma responsável. Não se sabe ao certo se estes aspectos são as causas ou efeitos da droga, mas um adolescente com pouco interesse pela vida e pelos relacionamentos humanos está mais propenso a procurá-la.
Muitos jovens e adultos que se dirigem aos centros de tratamento para pedir ajuda referem que querem deixar a droga, mas não conseguem viver sem ela e acrescentam ainda que a droga já não lhes dá qualquer prazer, contudo, a falta dela provoca um enorme vazio. Durante o tratamento o toxicodependente confronta-se com uma situação muito complicada: precisa afastar-se da droga que consumiu abusivamente à vida e reconquistar a confiança em si e nos outros, assim como o gosto pela vida. Este percurso é, muitas vezes, interrompido por recaídas, pois a dependência psicológica da droga é difícil de ser resolvida.
Todo o uso de drogas, lícitas ou ilícitas, tem conseqüências que em alguns causos podem ser insignificantes e negligenciados, mas que em outros casos assumem proporções bastante graves. Um simples copo de vinho ou um cigarro podem ser os objetos de uma primeira experiência que pela repetição pode ter efeitos graves em um futuro mais ou menos distante, ou até mesmo durante o período em que se está sob sua influência.