quarta-feira, 18 de maio de 2016

NA VANGUARDA DA EDUCAÇÃO

Nos últimos anos, um tema invadiu a agenda de professores, orientadores, diretores, secretários e ministros da Educação: renovar a escola, o que para muitos significa reinventá-la. Reforma passou a ser a palavra de ordem, principalmente na América Latina e na Europa. Os debates, além de deixar claro que a mudança é mesmo necessária, serviram para jogar luz sobre pesquisadores que vêm se dedicando a buscar caminhos para adaptar a realidade escolar aos novos tempos. No Brasil, seis nomes ganharam especial destaque: o francês Edgar Morin, o suíço Philippe Perrenoud, os espanhóis César Coll e Fernando Hernández, o português António Nóvoa e o colombiano Bernardo Toro. Mas você sabe que teorias e ideias eles defendem? Em comum, todos são "autores de sucesso". Seu prestígio reside, em boa parte, nos livros publicados sobre temas pontuais. Diferentemente dos grandes papas da educação, como Jean Piaget, Paulo Freire ou Emilia Ferreiro, esses autores de vanguarda não têm a pretensão de fazer descobertas geniais. O "negócio" deles é reprocessar ideias já largamente difundidas (e aceitas) e apresentá-las numa linguagem fácil, objetiva e coerente com as necessidades atuais. Coll, por exemplo, partiu das idéias de Piaget para escrever sobre currículo. Perrenoud desenvolveu o conceito de competências - que o tornou um fenômeno editorial - depois de estudar, entre outros, os ensinamentos de Freire. Toro ganhou fama ao definir as sete bases sobre as quais todo estudante deve construir não só o aprendizado, mas a vida. Morin, o mais idoso da turma, vem há algumas décadas aprimorando a chamada teoria da complexidade. Nóvoa dedica-se a bater na tecla da formação profissional. E Hernández mesclou várias teorias para difundir os benefícios de se trabalhar com projetos didáticos. Eles tem enorme capacidade de síntese. Construir Competências desde a escola Philippe Perrenoud é doutor em Sociologia e Antropologia, tem 59 anos. Atua nas áreas relacionadas à currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra. Apesar de atuar nestas áreas, o autor não é um Pedagogo de formação. Para o autor, o sucesso e o fracasso escolar não são dependências únicas do ambiente escolar. Na sua visão, cada aprendizado deve ter como objetivo preparar os alunos para etapas subsequentes do currículo escolar, tornando o aluno capaz de mobilizar suas aquisições escolares fora da escola, tornando qualquer ambiente, um ambiente pedagógico, independentemente de quaisquer situações. Aliado a isso, o problema da transposição didática ou de construção de competências, vem como uma proposta norteadora para o desenvolvimento significativo do potencial dos alunos em ambientes dentro e fora da escola. Perrenoud questiona o objetivo da ida do aluno à escola: Esta deve ser fundamentada na mera aquisição de conhecimento ou no desenvolvimento de competências? A seguir, há a definição de competência como sendo a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimento, mas sem limitar-se a ele. Enfoca que o mundo do trabalho apoia-se na noção de competência e que a escola deve seguir estes passos com o intuito de modernizar-se e se inserir na corrente dos valores da economia de mercado, Em suas obras, o conceito de competência é salientado enfocando que não há uma definição clara e objetiva do que seja competência. Segundo o autor, existem três aspectos do que pode vir a ser uma competência onde, em um dos casos, cita – se a questão pertinente à competência e desempenho, onde este é um indicador direto daquele. Trata ainda que os hábitos são esquemas simples e rígidos, mas nem todo esquema é um hábito. Perrenoud menciona, ainda, que o sucesso depende de uma capacidade geral de adaptação e discernimento, comumente considerada como inteligência natural do individuo. Frequentemente o autor faz uma interligação entre competência e os programas escolares, iniciando a discussão afirmando que toda competência está ligada, fundamentalmente, à uma prática social de alta complexidade. Após esta afirmação, questiona-se como se pode detectar uma competência. Segundo o autor, alguns se preocupam com a inserção de ensino por competências pelo fato de acreditarem que todas as disciplinas seriam trabalhadas, na maioria dos casos, com base em formações pluri1, inter2 e transdisciplinar3. Para o autor, quando alguns professores aceitam a ideia de competência, podem sentir – se, pelo menos inicialmente, encarregados de dar conhecimentos básicos aos seus alunos, pensando que, antes de mobilizá – los em determinada situação, devem prestar – lhes informações básicas e metódicas no “texto do saber”. Neste capítulo é iniciada uma discursão acerca da transposição didática4, como ferramental de trabalho. Enfim, Perrenoud faz propostas diretrizes norteadoras para a implementação do processo de ensino e aprendizagem por competências. São elas: Reconstruir a transposição didática, Atenuar as divisões entre as disciplinas, Romper o círculo fechado do currículo, criar novas formas de avaliar, reconhecer o fracasso, diferenciar o ensino e transformar a formação docente. EDGAR MORIN O pensador e sociólogo francês Edgar Morin elaborou, em sua obra, profundas reflexões sobre educação. O Homo Sapiens, como ele gosta de se referir ao ser humano, é um fruto da vida natural e da cultura; seguindo esta linha de raciocínio, ele encontra uma forma de construir a Educação dos tempos futuros, embora ela pareça ainda estar tão vinculada ao passado, principalmente ao fragmentar o conhecimento. Morin defende o pensamento integral, pois ele permite ao homem concretizar uma meditação mais pontual; a pedagogia atua, porém, com seu radical fracionamento do saber, e leva o indivíduo a entender o universo em que vive de forma facciosa, sem conexão com o universal. Assim, rompe-se qualquer interação entre local e global, o que proporciona uma resolução das questões existenciais completamente desvinculadas da contextura em que elas estão situadas. Estes debates estão inseridos na teoria da complexidade deste educador, a qual preconiza que o pensamento complexo permite abarcar a uniformidade e a variedade contidas na totalidade, ao contrário da tendência do ser humano a simplificar tudo. Ele afirma a importância do ponto de vista integral, embora não descarte o valor das especialidades. Edgar Morin percebe a classe escolar como uma entidade complexa, que engloba uma variedade de disposições, estratos sócio-econômicos, emoções e culturas, portanto, ele a vê como um local impregnado de heterogeneidade. Assim, ele considera ser este o espaço perfeito para se dar início a uma transformação dos paradigmas, da maneira convencional de se pensar o ambiente escolar. É preciso que este contexto tenha um profundo significado para os alunos. O caminho indicado por Morin é o da visão que se retira do âmbito estreito da disciplina, compreende o contexto e adquire o poder de encontrar a conexão com a existência. É preciso romper com a fragmentação do conhecimento em campos restritos, no interior dos quais se privilegiam determinados teores, e também eliminar a estrutura hierárquica vigente entre as disciplinas. Reformar esta tradição requer um esforço complexo, uma vez que esta mentalidade foi desenvolvida ao longo de inúmeras décadas. Neste empenho para mudar a tradição educacional, Morin estabelece igualmente os sete saberes, indispensáveis na edificação do futuro da educação. O primeiro é sobre as cegueiras do conhecimento – o erro e a ilusão: deve-se valorizar o erro enquanto instrumento de aprendizagem, pois não se conhece algo sem primeiro cair nos equívocos ou nas ilusões. O segundo saber se relaciona ao conhecimento próprio, a unir os mais diversos campos do conhecimento para combater a fragmentação; assim, a educação deve deixar a contextura, o universal, as diversas dimensões do ser humano e da sociedade, e a estrutura complexas bem claras. O terceiro saber é ensinar a condição humana, transmitir ao aluno que o Homem é um ser multidimensional. Assim, a pedagogia do amanhã necessita, antes de tudo, privilegiar a compreensão da natureza do ser humano, ele também um indivíduo fragmentado. A identidade terrena também deve ser prioridade, preconiza o quarto saber, pois é fundamental conhecer o lugar no qual se habita, suas necessidades de sustentabilidade, a variedade inventiva, os novos implementos tecnológicos, os problemas sociais e econômicos que ela abriga. O quinto saber indica a urgência de enfrentar as incertezas, que parte da certeza da existência de dúvidas na trajetória humana, pois, apesar de todo o progresso da Humanidade, não é possível, ainda, predizer o futuro, uma região nada previsível, a qual desafia constantemente o Homem. O sexto saber defende que se deve ensinar a compreensão, fator indispensável na interação humana; ela deve ser instaurada em todos os campos de ação do cotidiano escolar. O sétimo saber é a ética do gênero humano, correspondente à antropo-ética, a qual defende que não devemos querer para outrem aquilo que não desejamos para nós mesmos, como já pregava Jesus Cristo. CÉSAR COLL Biografia: professor de Psicologia Evolutiva e da Educação na Faculdade de Psicologia da Universidade de Barcelona. Foi um dos principais coordenadores da reforma educacional espanhola e consultor do MEC na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, aqui no Brasil. Escreveu Psicologia e Currículo (Ed. Ática), Ensino, Aprendizagem e Discurso em Sala de Aula, (Ed. Artmed). O que ele diz: a preparação de um currículo precisa satisfazer todos os níveis da escola. O que importa é o que o aluno efetivamente aprende não o conteúdo transmitido pelo professor. Um alerta: o bom funcionamento de um currículo depende não só do professor, mas também dos alunos, pais, funcionários, coordenadores e diretores. Logo nos primeiros debates sobre a reforma educacional brasileira, em meados dos anos 1990, ficou decidido que o modelo para as mudanças seria o implementado na Espanha sob a coordenação de César Coll Salvador, da Universidade de Barcelona. Das discussões no MEC, das quais Coll participou como assessor técnico, surgiram os Parâmetros Curriculares Nacionais. Desde então, as idéias desse pensador, que já haviam chamado a atenção de algumas escolas de São Paulo, passaram a influenciar toda a nossa rede de ensino. A principal delas é a necessidade de um plano curricular que satisfaça, de forma articulada, todos os níveis do funcionamento de uma escola – e foi divulgada pela primeira vez no livro Psicologia e Currículo. Segundo Coll, não se pode separar o que cabe ao professor – as aulas – do que é responsabilidade dos alunos – o conhecimento prévio e a atividade. A família e outras instituições que fazem parte desse universo também precisam se fazer presentes. “Para que a criança atinja os objetivos finais de cada unidade didática, temos antes de identificar os fatos, conceitos e princípios que serão propostos; os procedimentos a considerar e os valores, normas e atitudes indispensáveis”, afirma. Não é tarefa fácil. Por isso, ele destaca que, em muitos casos, os profissionais dependem de uma formação melhor antes de assumi-la. “Seu maior mérito é o de reunir de forma harmônica idéias consagradas de grandes teóricos”, diz Zélia Cavalcanti, que trabalha na Escola da Vila, em São Paulo, e organizou o primeiro seminário do espanhol em nosso país. Inspirado em Jean Piaget, Coll orienta todo seu pensamento numa concepção construtivista de ensino-aprendizagem. A prioridade é o que aluno aprende, não o que o professor ensina. “Ou seja, o foco principal sai dos conteúdos para a maneira de passar a informação de forma a garantir que ocorra a aprendizagem”, explica Zélia. Em entrevistas e palestras, Coll sempre enfatiza a importância de contextualizar esse novo currículo. “Se o conteúdo trabalhado tiver relação com a vida do aluno, o êxito será maior”, ensina Sylvia Gouvêa, do Conselho Nacional de Educação. O filme Nenhum a Menos, do diretor chinês Zhang Yimou, apresenta algumas cenas bem emblemáticas. Bagunceiros e sem atenção enquanto a professora só copia a matéria no quadro-negro, os estudantes mudam de comportamento quando desafiados a resolver um problema real. Na história, ambientada na área rural da China, todos calculam quantas pilhas de tijolos são necessárias para obter o dinheiro necessário para comprar uma passagem de ônibus até a cidade. O novo currículo proposto por Coll contempla ainda os temas transversais, que devem estar presentes em todas as disciplinas e séries da Educação Básica. O ideal, acredita ele, é que aulas e explicações sobre saúde, sexualidade ou meio ambiente estejam totalmente integradas ao dia-a-dia. Pode parecer complexo, mas é simples. Basta colocar as conversas sobre alimentação saudável, reciclagem, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a importância do saneamento básico, entre tantos assuntos, na pauta de todos os professores. FERNANDO HERNÁNDEZ Biografia: doutor em Psicologia e professor de História da Educação Artística e Psicologia da Arte na Universidade de Barcelona. Tem 50 anos e há 20 se dedica a lutar pela inserção dos projetos didáticos na escola. Escreveu Transgressão e Mudança na Educação (Ed. Artmed). O que ele diz: a organização do currículo deve ser feita por projetos de trabalho, com atuação conjunta de alunos e professores. As diferentes fases e atividades que compõem um projeto ajudam os estudantes a desenvolver a consciência sobre o próprio processo de aprendizagem. Um alerta: todo projeto precisa estar relacionado com os conteúdos, para não perder o foco. Além disso, é fundamental estabelecer limites e metas para a conclusão do trabalho. Reorganizar o currículo por projetos, em vez das tradicionais disciplinas. Essa é a principal proposta do educador espanhol Fernando Hernández. Ele se baseia nas idéias de John Dewey (1859-1952), filósofo e pedagogo norte-americano que defendia a relação da vida com a sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática. Hernández põe em xeque a forma atual de ensinar. “Comecei a me questionar em 1982, quando uma colega me apresentou a um grupo de docentes”, lembra. “Eles não sabiam se os alunos estavam de fato aprendendo. Trabalhei durante cinco anos com os colegas e, para responder a essa inquietação, descobrimos que o melhor jeito é organizar o currículo por projetos didáticos.” O modelo propõe que o docente abandone o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar num pesquisador. O aluno, por sua vez, passa de receptor passivo a sujeito do processo. É importante entender que não há um método a seguir, mas uma série de condições a respeitar. O primeiro passo é determinar um assunto – a escolha pode ser feita partindo de uma sugestão do mestre ou da garotada. “Todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto”, diz Hernández. Cabe ao educador saber aonde quer chegar. “Estabelecer um objetivo e exigir que as metas sejam cumpridas, esse é o nosso papel”, afirma Josca Ailine Baroukh, assistente de coordenação da assessoria pedagógica da Escola Vera Cruz, em São Paulo. Por isso, Hernández alerta que não basta o tema ser “do gosto” dos alunos. Se não despertar a curiosidade por novos conhecimentos, nada feito. “Se fosse esse o caso, ligaríamos a televisão num canal de desenhos animados”, explica. Por isso, uma etapa importante é a de levantamento de dúvidas e definição de objetivos de aprendizagem. O projeto avança à medida que as perguntas são respondidas e o ideal é fazer anotações para comparar erros e acertos – isso vale para alunos e professores porque facilita a tomada de decisões. Todo o trabalho deve estar alicerçado nos conteúdos pré-definidos pela escola e pode (ou não) ser interdisciplinar. Antes, defina os problemas a resolver. Depois, escolha a(s) disciplina(s). Nunca o inverso. A conclusão pode ser uma exposição, um relatório ou qualquer outra forma de expressão. Para Cristina Cabral, supervisora escolar da rede pública, a proposta é excelente, mas é preciso tomar cuidado porque nada acontece por acaso. “O tratamento didático é essencial ao longo do processo”, destaca. É importante ainda frisar que há muitas maneiras de garantir a aprendizagem. Os projetos são apenas uma delas. “É bom e é necessário que os estudantes tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes situações”, explica Hernández. Vera Grellet, psicóloga e coordenadora de projetos da Rede ensinar, concorda. “O currículo tradicional afasta as crianças do mundo real. A proposta dele promove essa aproximação, com excelentes resultados.” BERNARDO TORO A busca pelo modelo de educação ideal tem gerado fortes debates e encontrado várias respostas antes ocultas no calabouço do desconhecimento. Porém, mesmo com tantas descobertas e avanços, o processo de atualização constante da sociedade acaba impossibilitando a concepção de um modelo de educação tão funcional que permita abolir as mazelas sociais e fazer vigorar um modelo de sociedade harmônica e unitária na reunião de todos os seus indivíduos. Um dos aspectos amplamente discutido atualmente nos debates da educação é a função social da escola em plena a sociedade do conhecimento, do desenvolvimento científico-tecnológico e de todo o processo de globalização. É por esse tema que enveredamos no caminho um tanto desconhecido, mas, ao mesmo tempo, iluminado pelas ideias do colombiano Bernardo Toro, que apontou as Sete Competências que a escola deve desenvolver para atender as demandas da sociedade moderna. Os Códigos da Modernidade e as Competências da Escola Moderna Segundo a Visão de Bernardo Toro Competência I: domínio da leitura e da escrita A sociedade moderna não admite mais do indivíduo o simples ato de ler despido da boa compreensão do que está sendo lido. A boa leitura é aquela da qual conseguimos absorver o máximo de informações possíveis sobre o assunto lido. Além da compreensão, ainda fala-se em interpretação do texto em estudo. Isso significa buscar as ideias que estão além do texto, num processo de inferência a partir das linhas escritas. O leitor moderno deverá, então, ser capaz não só de ler, mas também de compreender e interpretar o que está sendo lido. Da mesma forma importante é a escrita. Hoje se sabe que a boa escrita emana da boa leitura, pois à medida que lemos o nosso vocabulário se multiplica, visualizamos estruturas gramaticais já postas em prática, compreendemos a correta escrita das palavras e as suas devidas aplicações nos diversos contextos. A correta escrita proporciona uma comunicação infalível, livre de falhas interpretativas, sendo, portanto, fundamental ferramenta de interação entre os seres sociais. Competência II: capacidade de fazer cálculos e resolver problemas Se antes bastava ao aluno saber resolver exercícios técnicos de matemática, agora essa concepção se estende à resolução de cálculos melhores elaborados, que exigem o desenvolvimento e uso do raciocínio lógico-matemático. O raciocínio lógico é o meio pelo qual se interpreta os dados de determinado problema e conclui sobre a ferramenta adequada àquele contexto. O cálculo será a etapa final de todo um processo de extração de dados, organização e interpretação de um determinado problema. Portanto, a escola deverá despertar a competência em seus alunos da resolução de problemas, mediada pelo raciocínio lógico e executada pelo conhecimento técnico do cálculo matemático. Competência III: capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações Essa capacidade exigida do aluno está fortemente ligada à Estatística, ramo da matemática que lida com a organização e interpretação de dados. Percebe-se essa ideia se alastrando cada vez mais nos livros didáticos. A maioria dos livros atualizados de matemática valorizam bastante os conhecimentos sobre a Estatística e trazem curtos, médios e longos textos para que o aluno possa ser capaz de lê-los, interpretá-los, selecionar os principais dados neles contidos, organizá-los em tabelas e gráficos e poder, por fim, discutir sobre eles com propriedade e conhecimento pleno. Competência IV: capacidade de compreender e atuar em seu entorno social Um dos principais objetivos da educação contemporânea é formar a consciência do indivíduo para compreender o meio no qual ele está inserido e promover ações que modifique esse meio, caso seja necessário. O que se está buscando é a transformação de paradigmas que danifiquem a estrutura social em modelos que façam a humanidade progredir respeitando o planeta e cada manifestação da natureza. A convivência social saudável levará a harmonia e o sucesso coletivo, bem como à felicidade comum. Competência V: receber criticamente os meios de comunicação É altamente importante e necessária essa contribuição do educador e pensador colombiano, visto que o poder de influência da mídia cresce ilimitadamente. O que vemos são pessoas completamente movidas pelas promessas fantasiosas anunciadas pelos meios de comunicação, que por sua vez funciona como um militante do capitalismo exacerbado. A escola deverá atuar na formação do pensamento crítico e reflexivo sobre os meios de comunicação, de maneira que essas informações possam ser analisadas, debatidas e criticadas, buscando as ideias reais que se escondem por trás da roupagem explícita. O grande paradoxo da humanidade é ser livre por direito universal, mas ao mesmo tempo escrava de suas próprias escolhas. Competência VI: capacidade de localizar, acessar e usar melhor a informação O que vemos nos manuais de ensino atuais é um forte trabalho que visa o cumprimento dessa indicação de Toro. Nunca se viu tamanha dedicação à defesa do trabalho da estatística como no momento atual. Isso é justo, pois se vivemos no mundo da informação democrática e gratuita, se pregamos a criticidade sobre os processos de comunicação, nada mais justo que saber localizar essa informação, usar o direito de acessá-la livre e gratuitamente e tentar utilizá-la em nosso favor e em favor do coletivo. Competência VII: capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo Essa competência, com certeza, é o foco da educação moderna: trabalhar a socialização, a interação, o compartilhamento entre os indivíduos. O trabalho realizado por meio de parcerias torna-se menos complexo, cansativo e com menor chance de erro. Além do mais, se idealizamos uma sociedade justa e igualitária, nada podemos pensar senão no desenvolvimento de projetos coletivos, no qual os indivíduos exibam as suas ideias, defendam o seu ponto de vista, contribua com as suas habilidades, porém, o produto final deverá ser a decisão coletiva, respeitados os direitos e opiniões de cada um. ANTÔNIO NÓVOA Ele questiona os modelos que temos hoje no mundo escolar e julga boa parte deles ultrapassada. Propõe repensar os cursos de formação inicial e continuada dizendo que, realizados fora da escola e abordando conteúdos distantes da prática, eles não têm muita utilidade. Chama a atenção para um esquema que proporcione aos docentes uma experiência semelhante à residência médica a fim de que eles tenham um tempo supervisionado para aprender a ensinar. Dono de um pensamento crítico apurado e atento aos problemas contemporâneos que incomodam o mundo da Educação - e resvalam na sociedade como um todo -, António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa e doutor em Educação pela Universidade de Genebra, reconhece que, atualmente, a escola é uma instituição frágil e sobrecarregada. Ainda assim, ele pede fôlego, comprometimento e empenho de todos os educadores para elaborar uma nova revolução na área, já que as últimas grandes mudanças ocorreram há 100 anos e estão desatualizadas. Dentre muitas fontes para a tarefa, indica as novidades apresentadas pela Neurociência. Em visita ao Brasil, Nóvoa palestrou para a equipe de NOVA ESCOLA e respondeu a várias questões. As principais delas, você confere na entrevista a seguir. Há algum tempo, diz-se que a Educação tem a missão de salvar o mundo. Os educadores reclamam dessa responsabilidade. Eles têm razão? ANTÓNIO NÓVOA Sim. Há uma espécie de valorização retórica dos professores. Pede-se de tudo a eles. Quem vai salvar o mundo? Quem vai assegurar o desenvolvimento de todos? Quem vai garantir o progresso? Para todas essas questões, a resposta é sempre a mesma, a Educação. Algumas instituições parecem caminhões enormes carregando toneladas, mas eles têm rodinhas de bicicleta no lugar de pneus grandes. A Educação assumiu muitas tarefas. É o fenômeno da escola transbordante. Alguém necessita fazer essas tarefas enquanto ninguém as quer e a escola tem de dar conta delas. Mas uma coisa é dizer que todas são missão da escola e outra é compreender que a instituição precisa cumpri-las enquanto outras esferas da sociedade não estiverem fortes. Quando isso ocorrer, teremos um compartilhamento que chamo de espaço público da Educação. Como construir esse lugar? NÓVOA No espaço público da Educação, a escola não está sozinha. Há outras instituições. Elas também têm responsabilidades educativas, culturais e científicas, entre outras. Temos de traçar um caminho de responsabilização visando essas esferas. Para isso, a sociedade precisa se arrumar de outra maneira, sem fazer de conta que crianças e adolescentes não são um problema, já que entre 8 da manhã e 6 da tarde estão quietos em um lugar, sob a supervisão de adultos. No Brasil, o estágio docente é obrigatório, mas o modelo é falho, não contribui com a melhora da prática. Como resolver esse problema? NÓVOA Jovens professores são deixados sem acompanhamento, sem apoio e sem controle. O adequado seria que ganhassem autonomia profissional aos poucos. Os mais experientes, desde que capazes, competentes e inovadores, deveriam ter um papel maior na formação dos novatos. Conheço um modelo que gostaria de ver replicado: o Centro Acadêmico de Medicina, da Universidade de Lisboa. Ele é formado por três instituições que estavam articuladas: a faculdade de Medicina, o centro de pesquisa e o hospital. As tarefas que competem a ele são ligadas à formação médica, à pesquisa e aos cuidados de saúde. Lá existem perfis variados de profissionais, uma maneira de assegurar que a ligação entre pesquisa, formação e profissão seja coerente. Vejo alguns problemas para isso se tornar realidade entre os professores. Um deles é o desprestígio da carreira e o outro o distanciamento salarial entre o educador que lida com crianças e jovens e o que leciona na universidade. Para tentar resolver falhas da formação inicial, projetos de formação continuada têm crescido muito nos últimos tempos. Esse tipo de investimento vale a pena? NÓVOA Cursos, seminários e outras coisas do gênero nem sempre melhoram o desenvolvimento profissional no que diz respeito à prática nas escolas. Não estou dizendo que eles sejam inúteis, mas é como fazer um mestrado: é positivo, dá prestígio, mas não faz um professor ser melhor. Nada indica, por si só, que o mestre em Educação seja melhor que o colega que não tem o título. O lugar da formação continuada é a escola. É um momento reflexivo, centrado em casos reais, para a construção de práticas pedagógicas. Fonte: - http://educarparacrescer.abril.com.br/ - http://www.infoescola.com/

Transtorno de Déficit de Atenção, Hiperatividade: Como trabalhar em sala de aula.

1.1 – Conhecendo o Transtorno Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio apresentado pela criança identificado como uma linguagem corporal diferente e um comportamento inadequado.Algumas características são: a desatenção, agitação, excesso de atividade, emotividade, impulsividade e baixo limiar de frustração que afetam a integração da criança com todo o seu mundo: em casa, na escola e na comunidade em geral (Goldstein, 1994). É um distúrbio de interação, sendo que seu diagnóstico é difícil e complexo. Pelo lado científico, o TDAH tem maior probabilidade de desenvolverem-se nos meninos, pois eles representam maiores níveis de atividade, sendo representados em torno de 90%. No entanto, meninos e meninas podem apresentar problemas iguais como resultados de hiperatividade. Dois tipos de hiperatividade são encontrados nas crianças; • Desatenta agitada e não impulsiva • Desatenta agitada e impulsiva Uma pesquisa realizada por Goldstein,(1994) conclui-se que aproximadamente 20 a 30% das crianças com TDAH podem ter problemas de desatenção sem problemas significativos de excesso de atividade ou impulsividade, ainda, tais crianças têm maior probabilidade de desenvolver depressão de ansiedade, de comportamento perturbador e um desempenho escolar mais fraco tendo maior dificuldade de aprendizagem. O diagnóstico não é feito apenas por um questionário e sim por vários testes e por etapas levando o profissional capacitado a chegar à conclusão se a criança é hiperativa. Devem-se pesquisar as causas específicas do TDAH podendo ser: hipertireoidismo oxiurose (verminose), apnéia do sono (suspensão de respiração), anemia por falta de ferro, efeitos colaterais de medicamentos e drogas antialérgicas. Lembrando que a maioria das crianças com esse transtorno não apresentam esses problemas . Para a apresentação de um diagnostico é preciso à coleta e observação de oito tipos de informação, sendo eles: • Histórico - é um relato de desenvolvimento da criança e da própria família, incluindo métodos usados para impor disciplina, sinais precoces de temperamento difícil, lembranças dos pais sobre acontecimentos da vida da criança. Nesta etapa se enquadram principalmente as crianças na faixa etária dos três anos. No entanto é importante ressaltar que não se pode classificar a criança como hiperativa apenas por esse fator. • Inteligência - Goldstein (1994), coloca que inteligência seja o conjunto de aptidões e habilidades que predizem até que ponto um indivíduo pode atuar bem em várias situações(pag.42). Crianças com inteligência abaixo da média ficam provavelmente mais frustradas pelas exigências cada vez maiores impostas pela escola e pela vida. Daí uma maior probabilidade de apresentarem problemas de hiperatividade, como resultado de uma frustração e não de uma dificuldade temperamental. • Personalidade e desempenho emocional – uma avaliação completa da hiperatividade precisa conter dados sobre o funcionamento emocional da criança e sua personalidade atual. Algumas crianças hiperativas são conscientes de seu problema, porém não todas. Nesse caso, a avaliação se utiliza uma série de questionários padronizados que avalia depressão, ansiedade e personalidade. As crianças respondem a tal questionário e suas respostas são comparadas com as de crianças normais, sendo que essa avaliação inclui uma entrevista com a criança. • Desempenhos escolares- cerca de 20 a 30% das crianças hiperativas apresentam alguma deficiência em habilidades específicas, que interferem na sua capacidade de aprender, por isso, elas necessitam de uma educação direita e especial. Um dado importante ressaltado pelo autor é de que bem provavelmente tratamentos para a hiperatividade não têm muito efeito sobre aquilo que tais crianças aprendem. • Amigos - A avaliação dos amigos e das capacidades sociais da criança é, geralmente, obtida por meio de entrevistas com pais e professores,questionários, e uma entrevista com a criança. • Disciplina e comportamento em casa - A forma como os pais interagem com a criança é um fator que determina o nível de gravidade dos problemas que a criança hiperativa possa ter em casa. É importante a observação da criança em diferentes ambientes, pois há uma probabilidade de que os sintomas da hiperatividade sejam indicadores de outras dificuldades que a criança possa ter. • Comportamento em sala de aula - Nesse caso é importantíssima a percepção e observação do professor sobre a capacidade da criança seguir regras e limites e respeitar a autoridade na sala de aula. Há crianças que se tornam cada vez mais desatentas e isoladas. Outras adotam um comportamento típico de oposição e de desafio, ou então, tornam palhaços da sala de aula. Cuidadosamente é necessário considerar tudo o que é observado, para verificar se os sintomas podem refletir algum outro tipo de distúrbio emocional, de aprendizagem ou clínico da criança. • Consulta medica - Como já citado o diagnostico clínico é essencial no processo de avaliação da criança. Para uma avaliação esses dados são importantes, são de diferentes áreas sendo possível chegar a uma conclusão, que deverá ser apresentada com cuidado aos pais, para que não se revoltem e deixem de entender qual a dificuldade que seu filho está passando e devem ser apresentadas informações para que os mesmos saibam trabalhar com o transtorno.

Como deve ocorrer a prendizagem do portador de síndrome de down.

O portador de Síndrome de Down possui certa dificuldade de aprendizagem que na grande maioria dos casos são dificuldades generalizadas, que afetam todas as capacidades: linguagem, autonomia, motricidade e integração social. Estas podem se manifestar em maior ou menor grau. A criança com Síndrome de Down tem idade cronológica diferente de idade funcional, desta forma não devemos esperar uma resposta idêntica à respostas da “normais”, que não apresentam alterações de aprendizagem. A prontidão para aprendizagem depende da complexa integração dos processos neurológicos e da harmoniosa evolução de funções especificas como linguagem, percepção, esquema corporal, orientação temporo-espacial e lateralidade. Crianças espécies como portadores de Síndrome de Down, não desenvolvem estratégias espontâneas e este e um fato que deve ser considerado em seu processo de aquisição de aprendizagem, já que esta terá muitas dificuldades em resolver problemas e encontrar soluções sozinhas. Do ponto de vista motor, hipercinesias associada à falta de iniciativa e espontaneidade ou hipercinesias e desinibição são freqüentes. Estes padrões debies também interferem a aprendizagem, pois o desenvolvimento psicomotor e a base da aprendizagem. É fato que o professor deve considerar o aluno como uma pessoa inteligente que têm vontades próprias e afetividades, e estas devem ser respeitadas, pois o aluno não e apenas um ser que aprende. O ensino das crianças especiais devem ocorrer de forma sistemática e organizada, seguindo passos previamente estabelecidos, o ensino não deve ser teórico e metódico e sim de forma agradável e que desperte interesse na criança. O atendimento a criança com síndrome de Down deve ocorrer de forma gradual, pois estas crianças não conseguem absorver grandes números de informações. Também não devem apresentar a criança Down informações isoladas ou mecanicistas, de forma que aprendizagem deve ocorrer de forma facilitada, através de momentos prazerosos. As atividades devem ser centradas em coisas concretas, que devem ser manuseadas pelos alunos. As experiências devem ser adquiridas no ambiente do próprio aluno. Situações que possam provocar estresse ou venham ser traumatizantes devem ser evitadas. A criança deve ser respeitada em todos os aspectos de sua personalidade. A família da criança deve participar do processo intelectivo. Alguns pontos devem ser considerados quanto à educação do portador da síndrome de down: • Estruturar seu auto-conhecimento. • Desenvolver seu campo perceptivo. • Desenvolver a compreensão da realidade • Desenvolver a capacidade de expressão • Progredir satisfatoriamente em desenvolvimento físico • Adquirir hábitos de bom relacionamento • Trabalhar cooperativamente • Adquirir destreza com materiais de uso diário • Atuar em situações do dia a dia • Adquirir conceitos de forma, quantidade, tamanho espaço tempo e ordem • Familiarizar-se com recursos da comunidade onde vive • Conhecer a aplicar regras básicas de segurança física • Desenvolver interesses, habilidades e destrezas que oriente em atividades profissionais futuras. • Ler interpretar textos expressos em frases diretas. • Desenvolver habilidades e adquiri conhecimentos práticos que levem a descobrir valores que favoreçam seu comportamento no lar, na escola e na comunidade. Até o momento não há cura. A Síndrome de Down é uma anomalia das próprias células, não existindo drogas, vacinas, remédios, escolas ou técnicas milagrosas para curá-la. Com os portadores da Síndrome de Down deverão ser desenvolvidos programas de estimulação precoce que propiciem seu desenvolvimento motor e intelectual, iniciando-se com 15 dias após o nascimento. Como qualquer outra criança, a criança com Síndrome de Down é um produto de sua herança genética, sua cultura e seu ambiente influenciado por pessoas e eventos. Ao entrar na escola, as crianças se encontram em pleno processo de desenvolvimento e crescimento, de acordo com suas próprias capacidades de maturação e desempenho. Para muitas crianças com Síndrome de Down, o inicio da escola (jardim de infância) abre um mundo totalmente novo. Para outros que já freqüentam a pré-escola, a adaptação não é marcante. Durante os primeiros dias de aula, tanto pais quanto professores tem a responsabilidade de ajudar a criança a se adaptar a acomodar-se ao ambiente escolar. O sucesso de seus esforços dependerá grandemente das experiências prévias em casa durante os anos anteriores ou a vivência na pré-escola. As crianças que forem encorajadas a explorar seu mundo com liberdade, mas em segurança, e que puderam ampliar o raio de suas atividades geralmente têm pouca dificuldade para conseguir uma adaptação tranqüila da casa para a escola. Encorajar as tentativas das crianças em direção à independência representará um preparo para estar longe da casa durante uma boa parte do dia. “A escola está pronta para receber a criança?”. Como muitas das funções de desenvolvimentos esperadas geralmente das crianças “normais” não são observadas em crianças com síndrome de Down, será preciso que o programa educacional adapte-se às suas habilidades e necessidades especiais.

O que é Responsabilidade Social?

A responsabilidade social é quando empresas, de forma voluntária, adotam posturas, comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma prática voluntária, pois não deve ser confundida exclusivamente por ações compulsórias impostas pelo governo ou por quaisquer incentivos externos (como fiscais, por exemplo). O conceito, nessa visão, envolve o beneficio da coletividade, seja ela relativa ao público interno (funcionários, acionistas, etc) ou atores externos (comunidade, parceiros, meio ambiente, etc.). Com o passar do tempo, tal concepção originou algumas variantes ou nuances. Assim, conceitos novos – muitas vezes complementares, distintos ou redundantes – são usados para definir responsabilidade social, entre eles Responsabilidade Social Corporativa (RSC), Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e Responsabilidade Social Ambiental (RSA).A chamada RSC é, na maioria dos casos, conceito usado na literatura especializada sobretudo para empresas, principalmente de grande porte, com preocupações sociais voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários. O conceito de RSE, ainda que muitos vejam como sinônimo de RSC tende a envolver um espectro mais amplo de beneficiários (stakeholders), envolvendo aí a qualidade de vida e bem estar do público interno da empresa, mas também a redução de impactos negativos de sua atividade na comunidade e meio ambiente. Na maioria das vezes tais ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental e de gestão que envolve maior transparência, ética e valores na relação com seus parceiros. Por fim, o conceito de Responsabilidade Social Ambiental (RSA), talvez mais atual e abrangente, ilustra não apenas o compromisso de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações genuínas com o meio ambiente. Independentemente de que linha ou conceituação utilizar, fica evidente que empresas variam bastante – o que muitas vezes é natural e reflete sua vocação como negócio – na prioridade a ser dada a questões socioambientais, às vezes focando em certos públicos em detrimento de outras ações sociais igualmente relevantes. Críticas em relação ao papel das empresas na responsabilidade social É importante frisar que o conceito não deve ser confundido com filantropia ou simples assistência social. Aqui, na lógica do “é melhor ensinar a pescar, do que dar o peixe”, entende-se responsabilidade social como um processo contínuo e de melhoria da empresa na sua relação com seus funcionários, comunidades e parceiros. Não há viés assistencialista uma vez que há uma lógica embutida de desenvolvimento sustentável e crescimento responsável. A maior parte das empresas que adotam postura socialmente responsáveis auferem um crescimento mais sustentável, ganhos de imagem e visibilidade e são menos propícias a litígios ou problemas judiciais. Apesar disso, não são poucos os críticos ou céticos desse movimento, que ganhou força principalmente nos anos 70 e 80 após uma série de escândalos de imagem e uma sucessão de problemas corporativos num ambiente de capitalismo predatório e desumanizado. Um dos maiores críticos a esse engajamento crescente das empresas em causas sociais foi o economista Milton Friedman o qual sempre defendeu que o propósito de qualquer empresa é a “maximização do lucro” e geração de empregos, não devendo, portanto substituir atribuições do Estado. Se, é bem verdade que o conceito foi excessivamente explorado em campanhas publicitárias ou em projetos de questionável impacto social, é fato que as empresas ainda necessitam aprimorar sua relação com a sociedade de maneira a promover um desenvolvimento baseado na ideia do “triple bottom line”, ou seja, calcado em um tripé que envolve o meio ambiente, a economia e o social. Alguns conceitos que contribuem com a responsabilidade social: • “Accountability”: Ato de responsabilizar-se pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, prestando contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas declarando os seus erros e as medidas cabíveis para remediá-los. • Transparência: Fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las. • Comportamento ético: Agir de modo aceito como correto pela sociedade – com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza – e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento. • Respeito pelos interesses das partes interessadas (stakeholders): Ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham um interesse nas atividades da organização ou por ela possam ser afetados. • Respeito pelo Estado de Direito: O ponto de partida mínimo da responsabilidade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando. • Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: Adotar prescrições de que não haja obrigação legal. • Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem.

ELEGÂNCIA – A ARTE DE NÃO SE FAZER NOTAR ALIADA AO CUIDADO SUTIL DE SE DISTINGUIR…

Algumas pessoas têm um tipo de elegância que as fazem chamar atenção por onde passam independente do que estejam vestindo, com quem estão andando ou de que assunto estejam falando. É um tipo de elegância que Paul Valery descreveu como “a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir” .São pessoas que brilham sem fazer esforço, que não precisam alterar o tom de voz, carregar nos gestos, caprichar na produção ou no corte do terno, pois elas conquistam e atraem atenções simplesmente por se sentirem confortáveis na própria pele.Sabem que a melhor aparência e a mais altiva postura são o brilho nos olhos e a genuinidade no sorriso.Elas iluminam onde passam, pois sua paixão pela vida e seu jeito de encarar o mundo transbordam de dentro para fora. E quando se aprende a brilhar de dentro para fora, qualquer roupa ou acessório que se vista cai bem.São pessoas que têm uma fineza de alma e se diferenciam por terem aprendido a difícil e corajosa missão de se conservarem sensíveis num mundo que valoriza posturas rígidas e atitudes mecânicas. E como disse Adélia Prado, “a coisa mais fina do mundo é o sentimento”. De nada vale poder sem humildade, dedicação sem entrega, beleza sem essência, intelecto sem sensibilidade. De nada vale gerenciar todas as questões aparentes, práticas e ‘importantes’ da vida, se não sofisticarmos o modo de enxergar e de sentir o mundo. Pessoas que sofisticam o sentir nunca saem de moda, desenvolvem um magnetismo natural, se tornam referências, modelos atemporais. Inspiram simplesmente pelo o que são. Têm personalidades próprias e não precisam seguir um grupo, ou uma tendência, pois seus estilos vêm da abertura e da liberdade de se deixar guiar pela intuição e pelas vontades intrínsecas.Gosto de ver a beleza que se estampa nas pessoas que sabem se despir das armaduras e se vestir de si mesmas. Gosto de admirar as pessoas que se tornaram atraentes não pela busca da perfeição, mas pela aceitação amorosa de suas vulnerabilidades humanas. Gosto das pessoas que perceberam que a maior fineza na vida é a transparência. Que sabem que o verdadeiro luxo é a falta de necessidade de ostentação, pessoas que estão em busca de ‘ser’ mais e não de ‘ter’ mais. E que assim, sem querer, alcançaram o que Coco Chanel chamou de ‘a chave para a verdadeira elegância’, que nada mais é do que a simplicidade.Fonte: O Segredo.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A ÁRVORE E A FLORESTA

Grandes escritores, cineastas, poetas, compositores... artistas em geral, em seus melhores momentos, conseguem fundir o geral e o particular. Falam de uma geração através de um personagem, do mundo através da aldeia. Oferecem visões simultâneas da árvore e da floresta. Ah, como precisamos deles! Não para fazer nossas cabeças pois, se somos tão vazios a ponto de não ter opinião, não será a opinião de outrém que irá nos preencher. Mas precisamos das intuições desses caras, da luz por vezes difusa, por vezes ofuscante, que eles produzem. Ainda mais em tempos fragmentados como os que vivemos. Cada situação tem uma dimensão humana pessoal, específica, e outra simbólica, comum a uma coletividade. Ficar só numa delas, generalizando tudo ou só fulanizando, nos deixa igualmente incompletos. (*) A tela do meu computador andou sombria por esses dias. Imagens de barbárie pareciam chegar a cada clique. Numa delas, um jornalista está ajoelhado, vestindo um macacão cor de laranja prestes a ser degolado por alguém com o rosto coberto ( não sei se a cena estava disponível, não cliquei ). Li várias análises políticas, religiosas, sociológicas a respeito, mas nenhum discurso descrevia o que vi naqueles dois pares de olhos. (*) Em outro momento, o noticiário da TV mostrava, através da câmera de segurança de uma casa noturna, as últimas imagens de uma jovem que, dias depois, seria encontrada morta. Ela saia do local com um homem, agora, principal suspeito do crime. Ao abrir a porta, a mulher fechou o casaco para se proteger do frio que vinha da rua. Este gesto trivial de alguém se protegendo do frio enquanto ignorava estar desprotegida de um risco infinitamente maior ficou na minha mente; sem que eu conseguisse dar significado nem esquecer. Como uma árvore que não me deixa enxergar a floresta. (*) Meus dedos, quase por reflexo, digitaram o canal da rádio NET. Caiu numa estação dedicada aos Beatles. Tocava uma canção falando de um Padre McKenzie a escrever sermões que ninguém ouviria e de uma tal Eleanor a cujo enterro ninguém compareceu... ah, look at all the lonely people! where do they all come from? all the lonely people... where do they all belong? AUTOR: UMBERTO GESSINGER

segunda-feira, 25 de março de 2013

DISTIMIA

Características / Diagnóstico Os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado, além de outros sintomas comumente presentes. Pelo critério norte americano são necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo para os adultos e um ano para as crianças sendo que para elas o humor pode ser irritável ao invés de depressivo. Para o diagnóstico da distimia é necessário antes excluir fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania, assim como a depressão maior. Causas externas também anulam o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas. Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período superior a dois meses sem os sintomas depressivos. Para preencher o diagnóstico de depressão os pacientes além do sentimento de tristeza prolongado precisam apresentar dois dos seguintes sintomas: • Falta de apetite ou apetite em excesso • Insônia ou hipersonia • Falta de energia ou fadiga • Baixa da auto-estima • Dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões • Sentimento de falta de esperança Características associadas Estudos mostram que o sentimento de inadequação e desconforto é muito comum, a generalizada perda de prazer ou interesse também, e o isolamento social manifestado por querer ficar só em casa, sem receber visitas ou atender ao telefone nas fases piores são constantes. Esses pacientes reconhecem sua inconveniência quanto à rejeição social, mas não conseguem controlar. Geralmente os parentes exigem dos pacientes uma mudança positiva, mas isso não é possível para quem está deprimido, não pelas próprias forças. A irritabilidade com tudo e impaciência são sintomas freqüentes e incomodam ao próprio paciente. A capacidade produtiva fica prejudicada bem como a agilidade mental. Assim como na depressão, na distimia também há alteração do apetite, do sono e menos freqüentemente da psicomotricidade. O fato de uma pessoa ter distimia não impede que ela desenvolva depressão: nesses casos denominamos a ocorrência de depressão dupla e quando acontece o paciente procura muitas vezes pela primeira vez o psiquiatra. Como a distimia não é suficiente para impedir o rendimento, apenas prejudicando-o, as pessoas não costumam ir ao médico, mas quando não conseguem fazer mais nada direito, vão ao médico e descobrem que têm distimia também. Os pacientes que sofreram de distimia desde a infância ou adolescência tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte do seu jeito de ser e por isso não procuram um médico, afinal, conseguem viver quase normalmente. Idade O início da distimia pode ocorrer na infância caracterizando-a por uma fase anormal. O próprio paciente descreve-se como uma criança diferente, brigona, mal humorada e sempre rejeitada pelos coleginhas. Nessa fase a incidência se dá igualmente em ambos os sexos. A distimia é sub-dividida em precoce e tardia, precoce quando iniciada antes dos 21 anos de idade e partia após isso. Os estudos até o momento mostram que o tipo precoce é mais freqüente que o tardio. Por outro lado estudos com pessoas acima de 60 anos de idade mostram que a prevalência da distimia nessa faixa etária é alta, sendo maior nas mulheres. Os homens apresentam uma freqüência de 17,2% de distimia enquanto as mulheres apresentam uma prevalência de 22,9%. Outro estudo também com pessoas acima de 60 anos de idade mostrou que a idade média de início da distimia foi de 55,4 anos de idade e o tempo médio de duração da distimia de 12,5 anos. A comparação da distimia em pessoas com mais de 60 anos e entre 18 e 59 anos revelou poucas diferenças, os sintomas mais comuns são basicamente os mesmos. Os mais velhos apresentaram mais queixas físicas enquanto os mais novos mais queixas mentais. Curso A distimia começa sempre de forma muito gradual, nem um psiquiatra poderá ter certeza se um paciente está ou não adquirindo distimia. O diagnóstico preciso só pode ser feito depois que o problema está instalado. O próprio paciente tem dificuldade para determinar quando seu problema começou, a imprecisão gira em torno de meses a anos. Como na maioria das vezes a distimia começa no início da idade adulta a maioria dos pacientes tende a julgar que seu problema é constitucional, ou seja, faz parte do seu ser e não que possa ser um transtorno mental, tratável. Os estudos e os livros não falam a respeito de remissão espontânea. Isso tanto é devido a poucas pesquisas na área, como a provável não remissão. Por enquanto as informações nos levam a crer que a distimia tenda a permanecer indefinidamente nos pacientes quando não tratada. Tratamento Os tratamentos com antidepressivos tricíclicos nunca se mostraram satisfatórios, as novas gerações, no entanto, vem apresentando melhores resultados no uso prolongado. Os relatos mais freqüentes são de sucesso no uso da fluoxetina, sertralina, paroxetina e mirtazapina. Fonte: www.psicosite.com.br