sexta-feira, 9 de abril de 2010

Bullyng


A palavra inglesa Bullying ainda não tem uma tradução para o português, mas significa valentão, brigão, ameaça ou intimidação e, embora seja ainda pouco conhecida, refere-se a uma prática freqüente nas escolas.

O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade de Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater.

Bullying são todas as formas de atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam
o outro. Atitudes como comentários maldosos, apelidos ou gracinhas que caracterizam alguém, e
outras formas que causam dor e angustia, e executados dentro de uma relação desigual de
poder que são características essenciais que tornam possível a intimidação da vitima.

O Bullying é um problema mundial, é encontrado em qualquer escola, não restringindo um tipo especifico de instituição. O bullying começou a ser pesquisado a cerca de dez anos atrás na
Europa, quando se descobriu o que estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Geralmente os pais e a escola não davam muita atenção para o fato, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem maiores conseqüências, o jovem recorria a uma medida desesperada.

Atualmente, todas as escolas do Reino Unido já implantaram políticas
anti-bullying. Os estudos da Abrapia demonstram que não há diferenças significativas entre as escolas avaliadas e os dados internacionais. A grande surpresa foi o fato de que aqui os estudantes identificaram a sala de aula como o local de maior incidência desse tipo de violência, enquanto,
em outros países, ele ocorre principalmente fora da sala de aula, no horário de recreio.
Como os alunos se envolvem?

Segundo pesquisas da ABRAPIA os autores são, indivíduos que geralmente não tem empatia, freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento
afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos, comportamento agressivo ou explosivo.
Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos
com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.

Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou
fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento
de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades
de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto.

Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a
escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os
estudos. Há jovens, que por extrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.

As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem sentir-se incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.



Interferência na escola.


Quando não há intervenções efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se
totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente,
passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham
as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo não traz
nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo.

Alguns dos casos citados na imprensa, como o ocorrido na cidade de Taiúva, interior de São
Paulo, no início de 2003, nos quais um ou mais alunos entraram armados na escola, atirando
contra quem estivesse a sua frente, retratavam reações de crianças vítimas de BULLYING. Merecem destaque algumas reflexões sobre isso: - depois de muito sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como instrumento de "superação” do poder que os subjugava:
- seus alvos, em praticamente todos os casos, não eram os alunos que os agrediam ou
intimidavam. Quando resolveram reagir, o fizeram contra todos da escola, pois todos teriam
se omitido e ignorado seus sentimentos e sofrimento.
As medidas adotadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.
É uma iniciativa ao grupo de alunos que adotam contra um ou vários colegas, em situação
desigual de poder, causando intimidação, medo e danos morais a outros. E tem como objetivo, conscientizar os alunos a respeitar as diferenças evitando a queda no desempenho escolar, isolamento, abandono dos estudos e baixa auto-estima

Fonte: www.eduquenet.net